O delegado da Polícia Civil preso pela Polícia Federal de Alagoas suspeito de forjar provas no caso da morte do empresário Kleber Malaquias foi afastado de suas funções. A portaria foi publicada no Diário Oficial do Estado e assinada pelo delegado-geral Gustavo Xavier.
O delegado investigado é diretor de Polícia Judiciária da Região Metropolitana (DPJ1) e coordena a Delegacia de Repressão ao Narcotráfico. Segundo o Ministério Público, ele é acusado de prejudicar as investigações.
O Ministério Público de alagoas (MP-AL) ofertou denúncia contra o delegado por causa do sumiço de uma documentação importante referente às investigações do assassinado do empresário, que era conhecido em sua região por fazer denúncias políticas.
Após a denúncia, o delegado teve o sigilo telefônico quebrado e a polícia obteve conversas que apontariam que o delegado teria forjado as provas, em troca de favores, para incriminar o policial militar Alessandro Fábio da Silva, de 53 anos, que foi morto a tiros pela companheira, e livrar os verdadeiros culpados.
O delegado teve prisão preventiva decretada pelos crimes de fraude processual, revelação de sigilo funcional e abuso de autoridade.
Por meio de nota, o Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas disse que acredita na reputação e honestidade do delegado e que vai ainda acompanhar a situação.
Conversas suspeitas
Um relatório preparado pela Polícia Federal mostra a troca de mensagens entre o delegado da Polícia Civil de Alagoas e um policial civil suspeito de participação na morte do empresário Kleber Malaquias.
A TV Gazeta teve acesso aos prints das mensagens. As primeiras mostram a relação de proximidade entre os dois. O delegado chama o policial preso de "meu amigo" e mostra um pernil já assado que teria ganho do colega.
Em outra mensagem, o policial civil convida o delegado para almoçar, o que é aceito. Em outra sequência de mensagens o delegado envia fotos com um depoimento ligado ao caso para o policial que é investigado no mesmo inquérito. O policial responde se colocando à disposição do delegado para conseguir pernil de carneiro.
Na conclusão do relatório sobre a conduta do delegado, a Polícia Federal destaca o fato de que ao invés de comunicar os depoimentos aos outros órgãos de Justiça, o delegado passou as informações para um dos suspeitos do crime.
A PF reforça no relatório que era impossível o delegado não saber que o policial civil era investigado no caso em que ele era responsável pela investigação.